Chacina em
Fortaleza: Polícia apura três linhas de investigação
Publicado há 12 horas - em 14 de novembro de 2015 »
Atualizado às 11:51
Categoria » Violência Racial e Policial
Categoria » Violência Racial e Policial
EXCLUSIVA - é assim no Brasil. Exterminio de jovens negros por forças do estado.
FORTALEZA, CE,
BRASIL, 12-11-2015:Fachada de casa, com marcas de tiros, onde foram assassinados
6 rapazes.Assassinatos no Curió . (Foto: Fabio Lima/O POVO)
Órgãos de Segurança determinam
prioridade na apuração dos casos. Retaliação pela morte de PM, guerra entre
gangues ou revide por execução de traficante estão entre hipóteses
Do O Povo
Onze mortes em um intervalo de três
horas e meia, assassinados em quatro comunidades de Fortaleza. Todos do sexo
masculino — sete deles com idade entre 16 e 19 anos. Sete pessoas ficaram
feridas. O massacre na Grande Messejana, registrado na madrugada de ontem, é a
maior chacina da história da Capital. Para a Polícia, existem pelo menos três
linhas de investigação. A apuração dos casos foi determinada como prioridade
para a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Entre as linhas investigadas, a morte
do soldado Valterberg Chaves Serpa, 32, na última quarta-feira, 11, assassinado
ao defender a mulher em uma tentativa de assalto. Ele foi o 13º policial
assassinado este ano no Ceará, segundo levantamento da Associação de Cabos e
Soldados da Polícia Militar no Ceará.
A prisão de Carlos Alexandre Alberto da
Silva, 38, na terça-feira, 10, é outra corrente apurada. Segundo a Polícia, o
homem, conhecido como Castor, portava um fuzil e uma pistola utilizados na
chacina da Comunidade da Cinquentinha, no Jardim das Oliveiras, no dia 30 de
outubro. Três pessoas foram mortas. Para a Polícia, ele pode ter ordenado a execução
de seus delatores.
A terceira linha de trabalho aponta
para retaliação pela execução de Lindemberg Vieira Dias, na tarde de
quarta-feira, um dia após deixar a Unidade Prisional Desembargador Adalberto de
Oliveira Barros Leal, na Caucaia, onde estava preso por tráfico de drogas.
Investigação
Além de tentar esclarecer as mortes, os
órgãos de Segurança estão trabalhando para evitar novos crimes, argumenta o
secretário-adjunto da SSPDS, coronel Lauro Prado. “É uma ação também
preventiva”, informou. Na noite de ontem, o titular da pasta, Delci Teixeira,
reuniu-se com os comandantes das Polícias Militar e Civil. Até o fechamento
desta matéria, ninguém tinha sido preso por participação nos casos.
A titular da Controladoria Geral de
Disciplina (CGD), Socorro França, afirmou que equipes estão apurando as mortes
e que, caso seja comprovada alguma participação de policias, a controladoria
entrará nas investigações. “Estamos vivendo um momento em que o tráfico de
drogas domina tudo. Quando acontece um fato desses, da morte de um policial,
quem nos garante que esses grupos não tenham aproveitado a oportunidade pra
fazer tudo isso?”, levantou a hipótese.
A Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa do Ceará vai acompanhar, juntamente com o Escritório de
Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar, as
investigações sobre a sequência de mortes. As comissões de Direitos Humanos da
Câmara e da OAB-CE também devem acompanhar o caso. O procurador-geral do MPCE,
Ricardo Machado, destacou que o caso ficará sob ofício das promotorias do Júri,
cujo coordenador é o promotor de Justiça Humberto Ibiapina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário