Hollande pede apoio a Merkel contra o EI, que promete ação rápida
25/11/2015
19:32
O presidente francês, François
Hollande, recebeu nesta quarta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, como
parte de sua mobilização para formar uma coalizão contra os jihadistas do grupo
Estado Islâmico (EI).
Merkel
prometeu a Hollande agir "rapidamente" na luta contra o EI, que
reivindicou a autoria dos atentados de 13 de novembro, em Paris, que deixaram
130 mortos.
"Quando
o presidente (francês) me convida a refletir sobre as responsabilidades
suplementares que poderíamos assumir, para mim, trata-se de uma verdadeira
missão (...) Reagiremos rapidamente", disse Merkel no Palácio do Eliseu, sede
da Presidência francesa.
Hollande,
por outro lado, pediu que não se faça um "amálgama" entre
"refugiados" e "terroristas", considerando que é
"dever da Europa acolher (os primeiros)". Destacando que é gente
"que foge dos bombardeios do regime sírio, dos massacres do Daesh
(acrônimo em árabe do grupo EI)".
Antes
de um jantar de trabalho, os dois líderes estiveram na simbólica Praça da
República para homenagear as vítimas dos atentados de Paris.
Previamente
ao encontro, a Alemanha, que por enquanto não integra a coalizão anti-jihadista
na Síria e no Iraque, anunciou o envio de 650 soldados adicionais ao Mali para
ajudar a França na luta contra o EI.
Além
disso, nesta quarta-feira, os deputados franceses aprovaram por 515 votos a
favor, quatro contrários e dez abstenções "a prorrogação" das
operações das "forças aéreas sobre o território sírio" para cumprir a
exigência da Constituição quando uma intervenção militar excede quatro meses.
Apesar
da unidade manifestada nesta terça-feira, em Washington, após os atentados de
13 de novembro, em Paris, Hollande não obteve grande coisa do colega americano,
Barack Obama, salvo a promessa de intensificar os bombardeios americanos contra
o EI e as trocas de informação entre os serviços de inteligência dos dois
países.
Obama
expressou suas reservas a respeito das possibilidades de cooperação com a
Rússia no conflito sírio, enquanto não acontecer uma "mudança
estratégica" de Vladimir Putin, situação que transforma em algo
extremamente hipotético a possibilidade de formar uma grande coalizão incluindo
Moscou.
Washington
e Paris acusam a Rússia de ter concentrado os bombardeios contra a oposição
síria moderada e não contra o EI, além de fornecer apoio ao presidente Bashar
al-Assad, cuja saída é exigida por França e Estados Unidos.
O
projeto francês de maior coordenação no combate contra o EI sofreu outro revés
na terça-feira, quando a Turquia, país membro da Otan e que integra a coalizão
anti-EI liderada pelos Estados Unidos, derrubou um avião russo, acusado de ter
violado o espaço aéreo turco na fronteira com a Síria.
Putin,
que receberá Hollande na quinta-feira em Moscou, chamou a ação de
"punhalada nas costas". Um piloto russo morreu e o outro foi resgatado
pelo exército sírio.
Nesta
quarta-feira, centenas de manifestantes lançaram pedras contra a embaixada da
Turquia em Moscou.
Apesar
do clima tenso, a diplomacia russa parece estender a mão às potências
ocidentais, ao afirmar que o país está "disposto a constituir um
Estado-Maior comum" contra o EI, incluindo a França, os Estados Unidos e
até mesmo a Turquia.
O
ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, apoiou "a proposta
positiva" de Hollande de fechar a fronteira entre a Síria e a Turquia para
"deter o fluxo de combatentes" jihadistas.
O
chanceler também tentou diminuir as tensões com Ancara, ao declarar que seu
país não tem a intenção de "fazer a guerra com a Turquia".
O
presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tentou reduzir a tensão ao afirmar que
seu país quer evitar uma "escalada" com a Rússia, ao mesmo tempo, no
entanto, que justificou o ataque ao avião russo.
O EI
reivindicou nesta quarta-feira o ataque a um ônibus da guarda presidencial
tunisiana, que matou 12 pessoas na terça-feira em Túnis.
Na
Bélgica, Bruxelas se esforçava para retomar a vida normal, apesar da manutenção
do estado de alerta, com a retomada gradual das linhas de metrô e a reabertura
das escolas após quatro dias de paralisia quase total.
Um dos
principais suspeitos dos ataques de Paris (130 mortos e 350 feridos), Salah
Abdeslam, ainda é procurado na Bélgica, onde as batidas se multiplicaram nos
últimos dias.
A
justiça belga emitiu nesta terça uma ordem de prisão internacional contra
Mohamed Abrini, que foi visto com Salah Abdeslam, dois dias antes dos atentados
de Paris, e denunciou um quinto homem por "assassinatos terroristas".
Nenhum comentário:
Postar um comentário