quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Reação das potencias

Hollande pede apoio a Merkel contra o EI, que promete ação rápida
25/11/2015 19:32
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O presidente francês, François Hollande, recebeu nesta quarta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, como parte de sua mobilização para formar uma coalizão contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).
Merkel prometeu a Hollande agir "rapidamente" na luta contra o EI, que reivindicou a autoria dos atentados de 13 de novembro, em Paris, que deixaram 130 mortos.
"Quando o presidente (francês) me convida a refletir sobre as responsabilidades suplementares que poderíamos assumir, para mim, trata-se de uma verdadeira missão (...) Reagiremos rapidamente", disse Merkel no Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa.
Hollande, por outro lado, pediu que não se faça um "amálgama" entre "refugiados" e "terroristas", considerando que é "dever da Europa acolher (os primeiros)". Destacando que é gente "que foge dos bombardeios do regime sírio, dos massacres do Daesh (acrônimo em árabe do grupo EI)".
Antes de um jantar de trabalho, os dois líderes estiveram na simbólica Praça da República para homenagear as vítimas dos atentados de Paris.
Previamente ao encontro, a Alemanha, que por enquanto não integra a coalizão anti-jihadista na Síria e no Iraque, anunciou o envio de 650 soldados adicionais ao Mali para ajudar a França na luta contra o EI.
Além disso, nesta quarta-feira, os deputados franceses aprovaram por 515 votos a favor, quatro contrários e dez abstenções "a prorrogação" das operações das "forças aéreas sobre o território sírio" para cumprir a exigência da Constituição quando uma intervenção militar excede quatro meses.
Apesar da unidade manifestada nesta terça-feira, em Washington, após os atentados de 13 de novembro, em Paris, Hollande não obteve grande coisa do colega americano, Barack Obama, salvo a promessa de intensificar os bombardeios americanos contra o EI e as trocas de informação entre os serviços de inteligência dos dois países.
Obama expressou suas reservas a respeito das possibilidades de cooperação com a Rússia no conflito sírio, enquanto não acontecer uma "mudança estratégica" de Vladimir Putin, situação que transforma em algo extremamente hipotético a possibilidade de formar uma grande coalizão incluindo Moscou.
Washington e Paris acusam a Rússia de ter concentrado os bombardeios contra a oposição síria moderada e não contra o EI, além de fornecer apoio ao presidente Bashar al-Assad, cuja saída é exigida por França e Estados Unidos.
O projeto francês de maior coordenação no combate contra o EI sofreu outro revés na terça-feira, quando a Turquia, país membro da Otan e que integra a coalizão anti-EI liderada pelos Estados Unidos, derrubou um avião russo, acusado de ter violado o espaço aéreo turco na fronteira com a Síria.
Putin, que receberá Hollande na quinta-feira em Moscou, chamou a ação de "punhalada nas costas". Um piloto russo morreu e o outro foi resgatado pelo exército sírio.
Nesta quarta-feira, centenas de manifestantes lançaram pedras contra a embaixada da Turquia em Moscou.
Apesar do clima tenso, a diplomacia russa parece estender a mão às potências ocidentais, ao afirmar que o país está "disposto a constituir um Estado-Maior comum" contra o EI, incluindo a França, os Estados Unidos e até mesmo a Turquia.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, apoiou "a proposta positiva" de Hollande de fechar a fronteira entre a Síria e a Turquia para "deter o fluxo de combatentes" jihadistas.
O chanceler também tentou diminuir as tensões com Ancara, ao declarar que seu país não tem a intenção de "fazer a guerra com a Turquia".
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tentou reduzir a tensão ao afirmar que seu país quer evitar uma "escalada" com a Rússia, ao mesmo tempo, no entanto, que justificou o ataque ao avião russo.
O EI reivindicou nesta quarta-feira o ataque a um ônibus da guarda presidencial tunisiana, que matou 12 pessoas na terça-feira em Túnis.
Na Bélgica, Bruxelas se esforçava para retomar a vida normal, apesar da manutenção do estado de alerta, com a retomada gradual das linhas de metrô e a reabertura das escolas após quatro dias de paralisia quase total.
Um dos principais suspeitos dos ataques de Paris (130 mortos e 350 feridos), Salah Abdeslam, ainda é procurado na Bélgica, onde as batidas se multiplicaram nos últimos dias.
A justiça belga emitiu nesta terça uma ordem de prisão internacional contra Mohamed Abrini, que foi visto com Salah Abdeslam, dois dias antes dos atentados de Paris, e denunciou um quinto homem por "assassinatos terroristas".


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