Migrações:
Alemanha exige que refugiados respeitem cultura e leis
- 01/10/2015 08h17
- Berlim
Da
Agência Lusa
O ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere,
exigiu hoje (1º) aos refugiados que respeitem a cultura e as leis do país que
os recebe, depois dos primeiros tumultos em centros de acolhimento.
Aceitar as leis e os valores alemães significa
"que digam o verdadeiro nome e país de origem aos funcionários, não lutar,
ter paciência e respeitar os outros, independentemente da religião ou
sexo", destacou o ministro numa intervenção no Parlamento (Bundestag), em
Berlim.
De Maiziere ressaltou também o direito de todos os
requerentes de asilo de serem tratados "em paz, com respeito e
dignidade".
O ministro garantiu que vai atuar "com toda a
força do Estado de Direito" contra "os disparates
ultradireitistas" e perante o forte aumento dos delitos contra
estrangeiros, que já chegaram - disse - a tentativas de homicídio.
O ministro do governo de Angela Merkel apresentava
no Bundestag as reformas legais para acelerar os processos, facilitar a
integração dos refugiados, acelerar a deportação de quem não for aceito e
aumentar o financiamento dos estados federados e dos municípios.
Dados do Ministério do Interior do estado da
Baviera (Sul), principal acesso para os refugiados na Alemanha, mostram que só
no mês passado o país recebeu entre 270 e 280 mil requerentes de asilo, mais do
que em todo o ano passado.
De acordo com as previsões para este ano, o número
total deverá ficar entre os 800 mil e 1 milhão de refugiados. "Muitos vão
ficar" e "não devem ser apenas tolerados, mas totalmente
aceitos" porque vão ser cidadãos, afirmou o ministro.
De Maiziere defendeu uma integração "em duas
direções" e a importância de abrir rapidamente as portas do mercado de
trabalho a quem tiver possibilidades reais de conseguir ficar na Alemanha e
fomentar a aprendizagem da língua.
O ministro advertiu aos requerentes de asilo que
respeitem as decisões das autoridades: "o asilo na Alemanha não significa
a escolha livre do domicílio".
Thomas de Maiziere reconheceu que alguns dos
centros provisórios de acolhimento não são adequados e estão sobrelotados, mas
pediu que não fossem feitas "exigências demasiadamente elevadas".
"Todos fazem um esforço enorme e de momento é
tudo o que se pode fazer", declarou.
O ministro fazia alusão aos problemas registados na
quarta-feira, em Hamburgo (Norte), para onde 500 agentes da polícia foram
chamados para intervir num centro de acolhimento, na sequência de tumultos
entre dois grupos de sírios e afegãos, num total de cerca de 200 pessoas.
Várias pessoas ficaram feridas, mas até ao momento
desconhece-se um número exato.
Aparentemente, os incidentes foram causados por
divergências sobre a utilização dos chuveiros e, de acordo com o diário
Hamburguer Morgenpost, os dois grupos agrediram-se com barras de ferro e
pedras.
Na terça-feira (29), uma rixa entre sírios e
paquistaneses deixou dois feridos em Dresden (Leste). No domingo, 14 pessoas,
incluindo três polícias, ficaram feridas num centro perto de Cassel (centro),
depois de confrontos entre 70 paquistaneses e 300 albaneses.
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