Empresas e governo defendem medidas para estimular digitalização
Publicado em 24/04/2019 - 18:47
Por Jonas
Valente – Repórter Agência Brasil Brasília
Representantes
do governo federal, empresários e pesquisadores defenderam hoje (24) medidas
para estimular a digitalização do país em diversas áreas, da indústria à gestão
pública. As propostas foram discutidas no evento TecForum, que reúne o setor da
tecnologia da informação e representantes de governo durante esta semana
em Brasília.
O
secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC), Júlio Semeghini, disse que é necessário avançar na
geração de inovações como parte do processo de transformação digital.
Segundo
ele, o ministério tem trabalhado para ir além de pesquisas básicas (como os
estudos realizados em universidades) e focar em tecnologias em estágio mais
maduro, de modo a acelerar sua transformação em inovação e aplicação prática no
mercado.
“Temos
que saber como conduzir as grandes pesquisas básicas para que passem pelas
etapas e cheguem até a população”, defendeu. Semeghini informou que o
ministério deu mais espaço a tecnologias aplicadas, como inteligência
artificial - considerada uma das principais inovações da transformação
digital.
Formação de trabalhadores
O Brasil
ainda esbarra em obstáculos no campo das tecnologias digitais. O
presidente do conselho da Totvs, Laércio Consentino, elencou como desafio a
formação de trabalhadores nas áreas de exatas, mais especificamente de
carreiras tecnológicas (como engenharias e ciência da computação).
“A gente
está muito aquém do que precisa fazer. Formação é em exatas. A gente precisa de
pessoas que consigam conectar com programação, algoritmos, inteligência de
dados. Pessoas que tenham base de exatas e que consigam desenvolver artefatos
de software”, defendeu.
Infraestrutura
A
vice-presidente de assuntos corporativos da Vivo, Camilla Tapias, defendeu
mudanças na legislação de telecomunicações com o objetivo de ampliar os
investimentos em infraestrutura. “A gente tem barreiras que travam
investimentos. Setor requer esses grandes investimentos. Estamos entre os
países que mais investem em telecomunicações. Mas o retorno financeiro está muito
baixo”, avaliou.
A
executiva se referiu ao Projeto de Lei da Câmara (PLC)
79 de 2016, em tramitação no Senado Federal. O PLC prevê
mudanças como a transformação das concessões das operadoras que exploram as
redes públicas do antigo Sistema Telebrás (privatizado em 1998) em
autorizações, com menos obrigações, e o repasse da infraestrutura do sistema
para essas empresas em troca de metas de investimento. O tema é alvo de
polêmicas no parlamento.
O
secretário de Telecomunicações do MCTIC, Vítor de Oliveira Menezes, também
defendeu a aprovação da matéria. “Precisamos que cidades tenham infraestrutura.
Grandes cidades têm, mas vilas, áreas urbanas isoladas não têm essa
infraestrutura”, comentou.
Segundo
Menezes, ainda há municípios e localidades que não tem acesso à telefonia
móvel, problema que deveria ser atacado. O secretário ponderou que apesar de o
Brasil ter 52% dos lares com acesso à internet, há desigualdades no
acesso e a maioria destas conexões é por redes móveis (smartphone).
“Há um
hiato entre áreas urbanas e rurais. E a maior parte do acesso é via celular. E
isso para inclusão digital não é o melhor. Para todo este mundo que está
chegando para nós de atividades conectadas, precisamos de uma infraestrutura
melhor. Somente celular não vai garantir inclusão digital que
queremos ter”, argumentou.
Ele
apresentou alguns projetos que o ministério está preparando. Um deles é a
implantação de redes nas regiões Norte e Nordeste, em parceria com pequenos
provedores. O objetivo é oferecer conectividade a áreas hoje pouco ou
não atendidas por operadoras de telecomunicações. Outro projeto diz respeito
à criação de fundos garantidores para que pequenos provedores de acesso à
web possam financiar a expansão de suas redes.
Edição: Lílian Beraldo
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