AGU e CGU
divulgam acordos de leniência de R$ 6 bilhões com empresas
Publicado em 05/04/2019 - 12:00
Por Felipe
Pontes – Repórter da Agência Brasil Brasília
CGU
fachada, por Arquivo/Agência Brasil
A
Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU)
divulgaram hoje (5) documentos, antes sigilosos, referentes a seis acordos de leniência firmados
com empresas que assumiram envolvimento em casos de corrupção em contratos do
governo. Segundo os órgãos, está prevista a recuperação de R$ 6 bilhões.
Os acordos foram firmados desde julho de 2017 até dezembro de 2018 e dizem respeito a casos de corrupção investigados na Lava Jato e em outras operações, envolvendo setores de construção civil, exploração petrolífera e publicidade. O acordo de maior valor foi firmado com a Odebrecht, na ordem de R$ 2,72 bilhões. As outras empresas que fecharam acordos com o governo são: Andrade Gutierrez (R$ 1,49 bilhão); SBM Offshore (R$ 1,22 bilhão); UTC Engenharia (R$ 574 milhões); MullenLowe e FCB Brasil (R$ 53,1 milhões); e Bilfinger (R$9,8milhões). Em troca da devolução dos recursos, a AGU deixou de acionar as empresas legalmente, atenuando multas ou eventualmente isentando a pessoas jurídicas envolvidas da proibição de contratar com poder público (pena de inidoneidade).
Os acordos foram firmados desde julho de 2017 até dezembro de 2018 e dizem respeito a casos de corrupção investigados na Lava Jato e em outras operações, envolvendo setores de construção civil, exploração petrolífera e publicidade. O acordo de maior valor foi firmado com a Odebrecht, na ordem de R$ 2,72 bilhões. As outras empresas que fecharam acordos com o governo são: Andrade Gutierrez (R$ 1,49 bilhão); SBM Offshore (R$ 1,22 bilhão); UTC Engenharia (R$ 574 milhões); MullenLowe e FCB Brasil (R$ 53,1 milhões); e Bilfinger (R$9,8milhões). Em troca da devolução dos recursos, a AGU deixou de acionar as empresas legalmente, atenuando multas ou eventualmente isentando a pessoas jurídicas envolvidas da proibição de contratar com poder público (pena de inidoneidade).
De acordo com o advogado-geral de União, André Mendonça, os acordos preveem a
recuperação de, no mínimo, 70% dos lucros obtidos por essas empresas nos
contratos relativos aos esquemas de desvio. Os outros 30% foram concedidos como
desconto às companhias em troca de informações que permitem à AGU processar
outros indivíduos envolvidos na corrupção. Mendonça fez questão de ressaltar, porém, que a AGU não concedeu descontos
sobre recursos desviados, que deverão ser integralmente devolvidos. “Nenhum
acordo de leniência parte de desconto a valores de propinas pagos, a propina
tem que ser paga integral. ”
Nesta sexta-feira, o advogado-geral da União apresentou a jornalistas diversas ações promovidas pela AGU nos primeiros 100 dias de governo. Entre elas, a assinatura de um primeiro acordo de leniência do governo do presidente Jair Bolsonaro, que não ocorreu, por entraves internos das empresas, segundo Mendonça. “Temos uma expectativa de, em dois anos, fecharmos novos acordos de leniência”, disse. “Hoje, em negociação, há 20 acordos”, acrescentou. Segundo ele, tal negociação tem como meta a recuperação de até R$ 25 bilhões.
MPF
Os
acordos firmados pela AGU e a CGU com empresas envolvidas na Lava Jato não
estão vinculados com acordos em paralelo firmados entre essas empresas com o Ministério
Público Federal (MPF). A Petrobras, por exemplo, fechou um acordo com a
força-tarefa da Lava Jato, que previa o repasso de R$ 2,5 bilhões ao MPF, que
ficaria responsável pela destinação dos recursos. Partes do acordo foram
suspensas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em manifestação ao STF, a
AGU defendeu que o acordo seja inteiramente anulado, e o dinheiro, encaminhado
diretamente ao Tesouro, que ficaria a cargo de destinar os recursos, de acordo com
a legislação orçamentária. Segundo Mendonça, a AGU deve se posicionar “de modo
coerente” também no caso de um acordo do MPF com a Odebrecht, no valor de mais
de R$ 6 bilhões.
Edição: Maria Claudia
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