Conservador
e ex-guerrillheiro disputam em junho 2º turno na Colômbia
Publicado
em 28/05/2018 - 06:32
Por Monica
Yanakiew - Repórter da Agência Brasil Buenos Aires
Os 36 milhões de eleitores
colombianos voltarão às urnas no dia 17 de junho para escolher o próximo
presidente entre dois candidatos: um de direita e outro de esquerda, com
propostas politicas e econômicas diferentes. O advogado conservador Iván Duque
venceu o primeiro turno nesse domingo (27) com 39% dos votos. O ex-guerrilheiro
Gustavo Petro ficou em segundo lugar, com 25% dos votos. Ambos esperam atrair
os simpatizantes do matemático Sergio Fajardo, candidato de centro-esquerda,
que surpreendeu conquistando quase 24% dos votos.
A disputa pelos votos dos candidatos mais moderados, excluídos do segundo turno, já começou. Duque e Petro têm algo em comum: uma mulher como vice. Mas o divisor de águas é o acordo de paz, assinado há dois anos, entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) – a maior guerrilha do pais. O documento encerrou meio século de guerra civil: 7 mil guerrilheiros depuseram suas armas, em troca de anistia e o direito de formar um partido politico com a mesma sigla, com dez assentos garantidos no Parlamento até 2026.
A disputa pelos votos dos candidatos mais moderados, excluídos do segundo turno, já começou. Duque e Petro têm algo em comum: uma mulher como vice. Mas o divisor de águas é o acordo de paz, assinado há dois anos, entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) – a maior guerrilha do pais. O documento encerrou meio século de guerra civil: 7 mil guerrilheiros depuseram suas armas, em troca de anistia e o direito de formar um partido politico com a mesma sigla, com dez assentos garantidos no Parlamento até 2026.
Duque e Petro
Assim como seu padrinho politico,
o ex-presidente Alvaro Uribe – Duque foi um duro crítico do acordo, por achar
que foram feitas demasiadas concessões aos ex-guerrilheiros. No discurso,
comemorando a vitória no primeiro turno, ele ressaltou que não vai destruir o
documento, assinado em 2016, pelo atual presidente, Juan Manuel Santos, e
Rodrigo Londoño, o líder das Farc, conhecido por Timochenko. o candidato deu a
entender que vai rever o perdão a ex-guerrilheiros que financiaram suas
atividades com o narcotráfico. Ele também se comprometeu a combater a corrupção
– um dos pilares da campanha de Fajardo.
Petro apoia o acordo de paz: ele
é a prova de que pode funcionar. Antes de ser legislador e prefeito de Bogotá,
ele foi guerrilheiro do M-19. O grupo aceitou depor as armas em 1990, para
formar um partido politico. No discurso, apos o primeiro turno, ele destacou a
importância de uma Colômbia com propostas diversificadas, e não apenas um único
modelo de país. O candidato propõe reduzir a dependência da economia colombiana
no petróleo e carvão, além de cobrar impostos aos latifúndios improdutivos e
investir em produção. Petro falou da importância da educação – a principal
bandeira defendida por Fajardo.
Eleições
Mais da metade dos eleitores
colombianos foram às urnas nesse domingo – foi a maior participação em quase
duas décadas. Um dos motivos foi a falta de violência: o grupo guerrilheiro
Exercito de Libertação Nacional (ELN) aceitou um cessar-fogo durante a votação
e também está negociando a paz com o presidente Juan Manuel Santos.
Apesar de o acordo de paz ter
sido o tema nessa histórica eleição, os assuntos que hoje preocupam o eleitorado
colombiano são o desemprego (9%) e a segurança, os ex-guerrilheiros,
ex-paramilitares e os narcotraficantes, que estão ocupando as áreas antes
controladas pelas Farc.
Saiba mais
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Edição: Graça
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