Estado do Rio de
Janeiro confirma primeiro caso de coronavírus
Paciente é uma
mulher de 27 anos que esteve Itália em fevereiro
·
·
·
Publicado em
05/03/2020 - 19:07 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de
Janeiro
A Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou o primeiro caso do
novo coronavírus no Rio de Janeiro. A informação foi dada hoje (5) pelo secretário
da Saúde, Edmar Santos. A paciente é uma mulher de 27 anos, moradora no
município de Barra Mansa, sul fluminense, que viajou pela Europa e, entre os
dias 9 e 23 de fevereiro, visitou a Itália. Ela voltou ao Brasil no dia 23.
No dia 1º de março, a mulher procurou uma unidade de saúde em Barra
Mansa, onde fez testes que deram negativo para outras viroses. Entretanto, foi
seguido o plano de contingência do Ministério de Saúde e da Secretaria de
Estado de Saúde, e o material foi encaminhado à Fiocruz. A confirmação de que o
caso é positivo para coronavírus foi feita na manhã desta quinta-feira pela
Fiocruz. É o sétimo caso da doença confirmado no Brasil.
Edmar Santos procurou tranquilizar a população dizendo que se trata de
um “caso importado”, de uma pessoa que esteve em área de transmissão, no caso,
a Itália. Segundo o secretário, é uma forma branda do vírus, “como são 85% dos
casos”. A paciente está em isolamento domiciliar, onde permanecerá pelo prazo
de 20 dias a contar do início dos sintomas.
Os parentes dela também estão sendo acompanhados in loco (no
local) pela equipe de vigilância sanitária do município de Barra Mansa, mas,
até agora, nenhum desenvolveu sintomas considerados suspeitos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já foi informada do
caso para que possa identificar e acompanhar os passageiros que sentaram perto
da moradora de Barra Mansa no voo de volta ao Brasil.
Santos enfatizou que não existem sinais de que o vírus esteja circulando
livremente no estado do Rio de Janeiro e disse que o caso registrado em São
Paulo de transmissão para um familiar é um fato restrito. No Rio, não há
nenhuma indicação de transmissão sustentada no território. “A população pode
seguir tranquila. Não há nenhum motivo para pânico.”
Casos suspeitos
Com a confirmação do primeiro caso de coronavírus, o estado do Rio tem
em acompanhamento 79 pessoas suspeitos de contaminação que continuam a ser
investigadas.
O secretário reafirmou que as medidas para evitar a contaminação não só
pelo coronavírus, mas por qualquer outro vírus, incluem lavar com frequência as
mãos com água e sabão, usar de álcool gel 70, colocar a mão na boca e no nariz
quando tossir ou espirrar e evitar compartilhamento de utensílios próprios.
Além disso, sempre que tiver qualquer dúvida relacionada à saúde, a pessoa deve
procurar orientação médica.
De acordo com Santos, a lavagem das mãos é o meio mais eficaz de evitar
a contaminação por via respiratória. Casos suspeitos que merecem ser
investigados devido ao risco de contaminação pelo vírus são apenas os de
pessoas que vieram de áreas onde o contágio e a transmissão estejam ocorrendo
de forma sustentada e que apresentem febre e alguns sintomas respiratórios,
ouque tenham tido contato próximo com pacientes diagnosticados com coronavírus e
que também tenham febre ou sintomas respiratórios.
“É preciso que se mantenha a tranquilidade da população e, a cada
momento, dar informação, o mais rápido e o mais transparente possível, para que
as pessoas tenham informação segura e confiável da Secretaria de Estado de
Saúde e possam, assim, evitar fake news [notícias falsas] e
pânico na sociedade fluminense”, disse o secretário.
O plano de contingência da pasta da Saúde foi publicado em 31 de janeiro
e continuará alinhado com o do Ministério da Saúde. Edmar Santos admitiu que,
se a situação se agravar, os pacientes poderão ficar isolados em hospitais
indicados para essa finalidade. Não há como medir em que proporção e em que
prazo o novo coronavírus poderá circular no estado do Rio de Janeiro ou no país,
afirmou.
O secretário também procurou tranquilizar a população de Barra Mansa,
afirmando que não há nada que traga riscos à população. Ele recomendou que as
pessoas se vacinem contra sarampo e gripe, para evitar que o coronavírus se
espalhe. “O importante é adiar ao máximo a circulação do vírus.” A vacinação
evitará casos de sarampo, gripe, chikungunia e zika.
Edição: Nádia Franco
Nenhum comentário:
Postar um comentário